terça-feira, fevereiro 26, 2013

CR7 para a história! Mais uma vez...




Cristiano Ronaldo, José Mourinho e o Real Madrid estiveram hoje imparáveis em Camp Nou. O Madeirense bisou na partida entre Real Madrid e Barcelona, para a 2ª mão das meias-de-final da Taça do Rei, e tornou-se o primeiro futebolista a marcar em seis clássicos consecutivos fora de casa. Notável.  

segunda-feira, fevereiro 25, 2013

A 85ª Edição dos Óscares da Academia




Por mais insonsa, longa  ou enfadonha que às vezes se possa tornar, é impossível não gostar daquela festa que junta a nata das natas do cinema de Hollywood. E, a 85ª edição dos Óscares da Academia não foi excepção.

Pela primeira vez com Seth McFarlane ao comando, o célebre e politicamente incorrecto criador de "Family Guy", "American Dad" e "Ted" (que lá fez uma perninha na cerimónia), a Academia voltou a apostar numa cerimónia com uma vertente musical muito marcada (ao qual não é alheia a presença de "Lés Miserábles" na lista dos melhores de 2012, dez anos depois de "Chicago"), com vários números musicais (vá lá perceber-se a insistência com "Chicago", com tantos bons musicais na história do cinema), homenagens e o regresso ao palco das "reformadas" Shirley Bassey e Barbra Streisand.

Gostei do Seth, que mesmo não sendo nenhum Billy Cristal, e apesar de muito contido - o protocolo assim o obriga - ainda lá lançou umas piaditas muito atrevidas (a do Lincoln é excelente)! A dupla com o Will Shatner também foi bem conseguida e o "sketch" dos bonecos em "Flight" foi a melhor da noite.

A homenagem aos 50 anos de Bond, com Adele a levar o óscar com "Skyfall", fechou a cerimónia no que concerne à celebração da música nos filmes.


No que importa, nas principais categorias, para mim a única surpresa foi o óscar entregue a Jennifer Lawrence. Não que não o mereça, bem pelo contrário, mas atendendo às fortes interpretações de Jessica Chastain, de Naomi Wats, da menina Quvenzhané Wallis (a mais nova nomeada de sempre e com uma interpretação que eu particularmente gostei muito), e especialmente de Emmanuelle Riva (Ameur), nunca pensei que lhe dessem a estatueta, particularmente aos 22 anos. Depois de já ter sido nomeada em 2011 com os "Despojos de Inverno", adivinho que este prémio será o primeiro de muitos de uma carreira que ainda dá os seus primeiros passos.


Incontornável é o terceiro óscar de melhor actor para Daniel Day-Lewis. É o primeiro a consegui-lo nesta categoria e, novamente, apesar da forte concorrência, o prémio é, na minha opinião, indiscutível. A sua encarnação do mais famoso presidente norte-americano, Abraham Lincoln, é assombrosa e carrega todo um filme algo desapontante. Com uma carreira marcante com grandes filmes e brilhantes interpretações, ganha um estatuto de lenda entre os maiores de Hollywood.

Christoph Waltz ('Django Libertado') - pela segunda vez, e ambas com Tarantino - e Anne Hathaway ('Os Miseráveis') foram os premiados com o prémio de actores secundários, e ambos, na minha visão, com inteira justiça.

A "Vida de Pi", de Ang Lee, foi o mais consagrado da noite com quatro estatuetas, incluindo a de melhor realizador, numa categoria onde Ben Affleck está inexplicavelmente ausente, fruto de uma alteração nos prémios que leva 9 filmes e apenas cinco realizadores. Alias continuo sem conseguir perceber como é que um filme que, para todos os efeitos, é o melhor do ano, não consegue ter o seu realizador ou algum dos seus actores referenciados. É quase como dizer que o filme é bom independentemente de quem o realizasse - o que naturalmente não é o caso.


Seja com for o grande vencedor da noite é "Argo". Este belíssimo trabalho de Ben Affleck, o meu filme preferido dos nove levados ao escrutínio, levou para casa o prémio de "Melhor Filme" e "Melhor Argumento Adaptado", embora os "sábios" académicos tenham conseguido ignorá-lo em tudo o resto. Um prémio entregue, nada mais, nada menos, pela Primeira Dama Michelle Obama, em directo da Casa Branca, o que atendendo ao teor político do filme, não deixa de ser bastante curioso.

Destacar ainda o prémio para Quentin Tarantino. Quase 20 anos depois de "Pulp Fiction", possivelmente aquele que é o maior escritor desta Hollywood contemporânea, leva pela segunda vez o prémio de Melhor Argumento Original com "Django Libertado".

Em suma, uma noite bem passada!

Podem consultar aqui a lista completa dos vencedores.


Madeira - Rating: "Lixo"




Uma agência de classificação de risco de crédito ou, como é chamada em Portugal, uma agência de notação financeira, é uma empresa que, por conta de um ou vários clientes, qualifica determinados produtos financeiros ou activos (de empresas, governos e países), avalia, atribuindo notas, e classifica segundo o grau de risco de que não paguem suas dívidas no prazo fixado. 

Cada agência de classificação de risco possui uma taxonomia própria. Quanto maior for a probabilidade de moratória do agente, pior será a sua nota ou a sua classificação. Todos nós já conhecemos a escala A, B, C, D, sendo que para a Standard & Poor's e para a Fitch, a melhor classificação é "AAA" e a a pior é D. Na escala da Moody's, a melhor classificação é "Aaa" e a pior é "C". E é com base nestas classificações que a banca empresta mais ou menos dinheiro, ou faz este dinheiro custar mais ou menos, e é com base nestas classificações que os grandes investidores fazem as suas apostas.

Os últimos dois anos para a Madeira têm sido verdadeiramente dramásticos. A confiança do todo português já vinha aos poucos se deteriorando em relação à Madeira, mormente de muito má formação e informação (relembre-se a questão dos impostos e da velha querela de que os nossos "luxos" eram pagos por todo o Portugal Continental). Com a vinda a público do "buraco da Madeira", dos, pelo menos, mil e cem milhões de euros "ocultados" das contas regionais, tudo piorou. Mesmo com o PAEF em vigor, uma verdadeira amarra à economia regional - o verdadeiro paga o justo pelo pecador -  os contantes incumprimentos da Região para com os seus fornecedores nada têm ajudado a melhorar este cenário.

A Banca é neste momento o melhor exemplo. Por exemplo, no caso das empresas sediadas na Madeira e das pessoas que cá vivem, a situação atingiu em 2012 o pior cenário possível, com uma quebra de 21,1% face aos valores globais dos empréstimos concedidos pelas instituições financeiras no ano passado. Este valor representou menos 1.556 milhões de euros, de um total em 2012 de 5.796 milhões de euros em crédito concedido. Só para ter uma ideia o que representa esta redução, este valor é praticamente um orçamento anual da Região Autónoma.

A realidade é que não há confiança na nossa Região. Os investidores não investem. O comércio vai aos poucos morrendo. As insolvências multiplicam-se, algumas (para não dizer muitas), com motivos muito dúbios e sem qualquer vontade do MP em investigar a fundo a possível natureza dolosa desse procedimento. Tudo não é culpa do Governo Regional naturalmente. Mas, no que concerne à imagem da nossa Região no exterior, como local seguro para apostar, é um redondo zero! Nestes dias é isto que tem condenado a Madeira. Vai nos valendo o turismo...

sábado, fevereiro 23, 2013

Os tempos dificeis de Alberto João Jardim




O presidente do Governo Regional, Alberto João Jardim, foi alvo ontem à tarde de uma recepção (quase) nunca vista na Madeira, na inauguração da nova sede da Associação de Escoteiros de Portugal (AEP), situada na Nazaré. Parecida só me lembro mesmo da famosa vaia no Estádio dos Barreiros, pelos adeptos do Marítimo, aquando da tentativa do clube único. Mas os tempos eram outros.

Logo na chegada do carro oficial, foi recebido com um coro intenso de assobios, sendo mimado também com alguns insultos, como o de "gatuno". Populares situados nas proximidades da sede dos escuteiros gritaram também "vai tapar o buraco", entre outros impropérios, além de se ter ouvido cantar, pela voz de uma mulher, o 'Grândola, Vila Morena'.

À saída, as vozes elevaram-se e, entre referências pouco perceptíveis a 'tachos', a 'função pública' e autênticos insultos, foram muitas as 'mensagens' dirigidas pelo povo ao governante, inclusive a de que ali estava a visitar um bairro pobre e que ainda ia haver 'telenovela'. 

Mas Jardim reagiu mal e acabou por se dirigir àqueles que o insultavam, dizendo-lhes "Não vale a pena ladrar, porque ainda não aprenderam a ser cachorros".

O que só fez ajudar a incendiar mais a situação. Reacções do género "cachorros há é muitos atrás de você, bastantes!", ou 'ladras, ladras, ladras, mas não mordes a ninguém!", "carneiro" e por aí adiante, até ao presidente abandonar o local, escoltado pelos polícias que o guardavam, os quais também tiveram direito a ouvir coisas como "vai atrás dele, anda, pastor alemão", deixando atrás de si um rasto de indignação.

Jardim aprende agora, quase 35 anos depois, que as pessoas são essencialmente ingratas e egoístas. Os políticos e os governantes são veículos para um fim. Agora que todos se sentem vilipendiados e que dia após dia há uma mão que lhes vai à carteira, a idolatria, os améns e afins acabaram. Habituou um povo a um determinado nível e agora, não sendo possível manter esse nível, é cobrado precisamente pelos mesmos que o mantiveram no poder este tempo todo.

Se ao menos tivesse saído uns 5 a 10 anos antes da trapalhada actual, hoje estaria de poltrona, do alto do seu merecido estatuto, a mandar os seus bitaites. E com mais saúde e menos preocupações. Agora é tarde demais. E como se não bastasse, ainda tem às costas um processo crime em curso e um Primeiro-Ministro e um Presidente da República que o querem ver pelas costas. Tempos difíceis...

quarta-feira, fevereiro 20, 2013

3 anos depois: só não sabe quem não quer!




Faz hoje 3 anos desde o terrível aluvião e deslizamento de terras na nossa Madeira, que matou (oficialmente) 46 pessoas, e deixou muita gente sem casa. Porque a memória dos homens tem sempre a tendência de ser curta, nunca deixa de ser conveniente relembrar, nem que seja para que os erros humanos que potenciaram ou agravaram o incidente natural não sejam repetidos.

Numa ilha como a Madeira, com as suas condições geomorfológicas e meteorológicas, a sua população está permanentemente sujeita a situações de riscos naturais, da mais variada índole. Desde a mais comuns (aluviões, fogos, deslizamentos, desabatementos) e outras mais raras (transporte de substâncias perigosas, os acidentes industriais graves, os sismos).

Mas há uma que me chamou à colação. A possibilidade de erupção vulcânica. Algo que nem o mais antigo dos madeirenses põe sequer em consideração.

Numa passagem interessante da sua tese de mestrado da Dra. Maria Justina Pio Fernandes, pode-se ler: "O risco vulcânico também deve ser considerado, pois e segundo Prada (2000), a ilha da Madeira atravessa um período de inactividade eruptiva, por ainda existir actividade vulcânica secundária incipiente. Conclusões que resultam, das análises recolhidas aquando da abertura do túnel rodoviário Rosário/Serra de Água e da galeria da Fajã da Ama, onde foram encontradas, associadas a falhas, nascentes de água quente, com elevados teores de CO2 livres. As referidas análises demonstraram existir CO2 em grande quantidade (cerca de 8%) e a persistência da saída de gases ao longo da falha, indica não se tratar de gases acumulados nas rochas, mas sim, associadas a uma manifestação vulcânica incipiente". (Riscos no Concelho da Ribeira Brava movimentos de vertente cheias rápidas e inundações, 2009, cáp. VI, página 132)

E esta obra é de 2009 e, para além da situação vulcanica, aborda todos os riscos inerentes e potenciais da ilha, mormente os deslizamentos de terra e as cheias rápidas, antes do fatídico 20 de Fevereiro de 2010. É caso para dizer que só não sabe quem não quer...

segunda-feira, fevereiro 18, 2013

Professor do ano emigrou para a Holanda!




Sérgio Ramos, um professor de Eletrónica e Informática na Escola Secundária Mário Sacramento, em Aveiro, liderou um grupo de alunos que ganhou uma série de competições escolares nacionais e internacionais. Pelo bom trabalho, reconhecido internacionalmente, Sérgio Ramos foi o primeiro português a receber o galardão de Educador Pré-Universitário do Ano, concedido pelo Institute of Electrical and Electronic Engineers em 2012. Porém, há uns dias, o professor emigrou para a Holanda

Aos 47 anos, Sérgio Ramos abandonou o ensino em Portugal e regressou às multinacionais. Segundo o próprio desiludido com o ensino em Portugal e com os cortes que o Governo fez nas disciplinas tecnológicas.

É mais um...
 

sexta-feira, fevereiro 15, 2013

Que o céu não nos caia na cabeça!!




Já os irredutíveis Gauleses de Astérix e Obélix diziam que o única medo era que o céu lhes caísse em cima. E no dia de hoje há muita gente com os olhos virados para cima.

O "2012 DA14", um asteroide com o diâmetro com cerca de 50 metros, o equivalente a uma piscina olímpica, composto por uma mistura de silicatos, ferro e níquel, vai fazer uma rasante à Terra. Por volta das 19h40 o DA14 vai passar "resvés Campo de Ourique" ao nosso planeta, ficando apenas a 27.600 quilómetros da Terra, menos de um décimo da distância que nos separa da Lua. Nunca se tinha registado a passagem tão próxima de um asteróide com o tamanho do 2012 DA14.

Quem quiser pode observá-lo com a ajuda de um pequeno telescópio ou de um binóculo, a partir das 20h. E valerá a pena. Afinal, a última vez que um objecto com um tamanho equivalente, em vez de passar ao lado, colidiu contra a Terra, na Sibéria, em 1908, destruiu 80 milhões de árvores numa área de 200 quilómetros quadrados, sensivelmente a cidade de Lisboa.

Como aperitivo (ou não), já que ainda não se conseguiu relacionar a sua queda com a passagem do DA14,  verificou-se hoje de manhã a queda de pedaços de meteorito, que se partiu ao atravessar a atmosfera, na zona dos Montes Urais na Rússia. Estes "pedacinhos" de rocha já provocaram prejuízos em muitos edifícios de seis cidades dos Urais, e um número de feridos que ascende a 514 feridos, 112 dos quais foram hospitalizados.

"Tratou-se de uma bola muito brilhante, muito visível no céu da manhã, um objecto com uma massa bastante grande, de muitas dezenas de toneladas", precisou o cientista Serguei Smirnov, cientista do Observatório de Pulkovski (São Petersburgo). Vejam o vídeo:


Os cientistas têm afirmado que a queda do meteorito nos Urais não está ligada ao DA14 que hoje passará próximo da Terra. Porém não excluem a ocorrência de chuvas de meteoritos noutras regiões da Rússia. Ou do resto do mundo diria eu. Mas acredito que depois destas imagens andará tudo de cabeça no ar!

quarta-feira, fevereiro 13, 2013

Desemprego, o maior "empregador"





A Região Autónoma da Madeira encerrou o 4º trimestre de 2012 com uma taxa de desemprego estimada de 19,7%, representando um acréscimo de 6,2% em relação ao período homólogo de 2011 e mais 2,2% face ao trimestre anterior. De acordo com as Estatísticas de Emprego do INE, a Madeira é, a par do Algarve a região do país (NUTS II) com a taxa de desemprego mais elevada no último trimestre de 2012. A taxa de desemprego estimada para o país no 4º trimestre é de 16,9%.

Apurada a taxa de desemprego nos quatro trimestres de 2012, a taxa de desemprego média anual de 2012 atinge os 15,7%. Por regiões, o Algarve apresenta a taxa de desemprego média anual mais elevada (17,9%), seguido de Lisboa com 17,6% e Madeira com 17,5%.

Segundo o INE, a população desempregada em Portugal atingiu no 4º trimestre 923,2 mil pessoas, representando um aumento homólogo de 19,7% e trimestral de 6%.

Estes números são dramáticos. Quase 1 milhão de desempregados em Portugal e quase 25 mil desempregados na Madeira. E nada do que está a ser feito de momento consegue contrariar que a tendência para o aumento continue de forma absolutamente alarmante. O que resta a muitos? Abandonar o país...


A carteira ou a vida?



A dívida actual do Serviço de Saúde da Região Autónoma da Madeira está em 540 milhões de euros. Pelo menos a conhecida. E apesar de todos os recursos que têm sido disponibilizados ao SESARAM, com as correntes obras e (re)obras que decorrem no Hospital Dr. Nélio Mendonça (apesar de todos dizerem que o grande problema está no envelhecimento de toda a estrutura do edifício e não nos seus serviços), apesar do utente pagar cada vez mais pelo atendimento com a introdução e subida das taxas moderadoras e redução ou revogação das conparticipações públicas, ainda há dívidas avultadas por liquidar à APIFARMA (medicamentos) e APORMED (dispositivos médicos) que remontam a 2007.

De facto, com toda a contenção de despesa que estão fazendo, tendo em conta que neste momento no hospital há grande escassez, quer a nível material (com grande perigosidade a nível da falta de medicamentos), quer na redução do pessoal técnico, e por outro lado com todas as verbas que têm sido injectadas no SESARAM para regularizar dívidas, esta têm se mantido quase igual. Pelo que, ponderada toda a situação, é dficil compreender que com um orçamento anual a rondar os 200 milhões de euros, e face à divida monumental criada, onde foi enterrado tanto dinheiro...

segunda-feira, fevereiro 11, 2013

Papa Bento XVI resigna


(Foto: Kobi Gideon/Reuters)

O Papa Bento XVI anunciou hoje que resigna à liderança da Igreja Católica, segundo a agência noticiosa italiana Ansa. A imprensa italiana diz que a saída será a 28 de Fevereiro.

“Sinto o peso do cargo”, disse Bento XVI, citado pelo diário La Stampa. “Saio pelo bem da Igreja”, cita o Corriere della Sera. “Depois de ter examinado repetidamente a minha consciência perante Deus, cheguei à conclusão de que as minhas forças, devido a uma idade avançada, não são capazes de um adequado exercício do ministério de Pedro", disse o Papa, no discurso, citado pela Rádio Vaticano. “Por esta razão”, continuou Bento XVI, “e bem consciente da seriedade deste acto, com toda a liberdade declaro que renuncio”. “No mundo actual, sujeito a rápidas transformações e sacudido por questões de grande relevância para a vida da Fé, para governar a barca de S. Pedro e anunciar o Evangelho é necessário também vigor, tanto do corpo como do espírito. Vigor que, nos últimos meses, diminuiu em mim de forma que tenho de reconhecer a minha capacidade para exercer de boa forma o ministério que me foi encomendado", justificou o líder da Igreja Católica. A “28 de Fevereiro, às 20h, a Sé de Roma ficará vazia e um conclave para eleger o novo Sumo Pontífice será convocado pelos que para tal têm competência.”

Existia já alguma especulação sobre uma possível resignação do alemão Joseph Ratzinger, de 85 anos. No ano passado, Bento XVI tinha já dito que estava “na última etapa da vida”. Este ano tornou-se o sexto Papa mais velho dos últimos 700 anos da Igreja Católica. O que nos leva a pensar que desde a sua eleição em 2005, já com 77 anos, era um Papa a prazo.


E têm sido quase 8 anos de pontificado muito complicados. São conhecidas as acusações de que o Papa já não controla a Cúria, de cartas falam de corrupção e que Bento XVI preocupa-se com eventuais cismas.Que a Cúria Romana tornou-se um monstro ingovernável que o próprio Papa, de perfil sobretudo intelectual e académico, já não consegue controlar.

E várias questões dramáticas têm marcado o pontificado de Bento XVI. Nomeadamente no que se refere ao "Governatorato" do Estado do Vaticano (uma espécie de Ministério da Administração Interna), com denuncias de corrupção, favores e clientelas no interior do Vaticano, que motivou a chamada "Operação Mãos Limpas", que incluiu ainda intervenções no Instituto das Obras da Religião, o banco do Vaticano, e a criação da Autoridade para a Informação Financeira, que tem como missão garantir mais transparência nas finanças e combater o crime económico.

Também a questão da pedofilia tem marcado decisivamente o pontificado de Bento XVI. Ratzinger, criticado por alegadamente não ter agido contra padres acusados de abusos, só no final do pontificado de João Paulo II passou a ter poder para o fazer. Desde que foi eleito Papa, quis limpar a casa, tomando uma série de medidas e, ao mesmo tempo, encontrando-se com pequenos grupos de vítimas em diferentes países.

Mas isto tudo agora pesa num homem de 85 anos e já debilitado fisicamente.

Há seis séculos que nenhum papa resignava à liderança da Igreja Católica. O último Papa a resignar foi Gregório XII (pontificado de 1406-1415), para acabar com o grande cisma do Ocidente, que tinha chegado ao ponto em que havia três pretendentes ao cargo. Quase 600 anos depois há história!

sábado, fevereiro 09, 2013

Brincando com o fogo


(Foto: Luís Sebastião/DN)

Não está em causa um carro se incendiar numa via pública. É um risco e pode sempre acontecer, inclusive na via mais segura do mundo. Porém, um acidente desta natureza que acontece no interior de um túnel numa via rápida, onde falta iluminação e extractores de fumo, é um cocktail para uma situação muito mais perigosa.

Um incêndio deflagrou, ontem de manhã, num automóvel ligeiro que circulava no interior do túnel da Quinta Grande (no sentido de Campanário), que, de acordo com os relatos das pessoas, se encontrava 'às escuras' na altura da ocorrência. O resultado foi uma turista com fractura numa clavícula e mais de dezena e meia de intoxicados devido à inalação de fumo, e dezenas de pessoas em fuga "às escuras" por um 'labirinto' de carros entretanto abandonados.

Dos responsáveis nem uma palavra. Nem da Vialitoral, nem do Governo Regional. Ninguém assumiu explicações sobre a falta de luz nem do não funcionamento dos extractores de fumo num túnel com quase um quilómetro de extensão. Apenas no final da tarde a Vialitoral emitiu um comunicado onde informava que estavam repostas as condições de circulação e prometia um "rigoroso apuramento das causas e circunstâncias que envolveram esta ocorrência". 

E tudo se resume à falta de dinheiro do Governo Regional e à sua incapacidade de fazer concluir as obras que iniciou e quis concluir, muitas vezes antes de estarem totalmente aptos para a circulação de veículos, e tudo por razões eleitorais.

E não deixa de ser paradigmático que a Madeira, a região da União Europeia com mais túneis por área, seja confrontada com a impossibilidade financeira de poder dotar a sua mais moderna rede rodoviária regional com os equipamentos de protecção e segurança previstos na lei. Com as consequências que vão ora surgindo...

quinta-feira, fevereiro 07, 2013

"Um caso para Mulder e Scully!" in DN-Madeira


(clicar para aumentar)

Carnaval é na Madeira!


(Foto: Turismo da Madeira)

Não é novidade que não sou grande fã do Carnaval. Mas há muito que estas festividades são uma marca da Madeira. E é isso que destaca o site MyGuide na sua edição de 6 a 12 de Fevereiro.

O site considera a Madeira como destino lógico e inesquecível para as festividades celebrativas do Carnaval, sendo um espectáculo "recheado de tradição, cor e alegria".
Por isso, se está na dúvida onde ir e o que fazer (caso tenha uns diazitos para gozar, é claro), venha à Madeira e traga a sua máscara e boa disposição.

Deixo aqui o programa de festas:

- 8 de Fevereiro - Festa de Carnaval das Crianças: a partir das 10:30 na Placa Central da Avenida Arriaga, com a apresentação e participação dos alunos da Escola Profissional Atlântico.

- 9, 10 e 11 de Fevereiro - Cortejo Alegórico de Carnaval: a partir das 21:00 | Itinerário: Partida da Rotunda do Porto, Avenida Francisco Sá Carneiro, Rotunda Francisco Sá Carneiro, Avenida do Mar e das Comunidades Madeirenses (faixa norte), até à Praça da Autonomia.

- 12 de fevereiro - Cortejo Trapalhão, com participação livre: a partir das 16:00 | Itinerário: Partida da Avenida Francisco Sá Carneiro, Rotunda Francisco Sá Carneiro, Avenida do Mar e das Comunidades Madeirenses (faixa norte), até à Praça da Autonomia.

Boas festas!!

quarta-feira, fevereiro 06, 2013

A solidão de CR7!




Quando Cristiano Ronaldo está em campo espera-se tudo. Um passe de morte, um truque sobre um adversário, uma bola teleguiada, a rede a mexer. Mesmo quando parece que joga sozinho - como foi o caso de hoje - a sua equipa dá a imagem que em qualquer altura conseguirá resolver a partida.

Aos 28 anos, celebrados esta semana, é um jogador feito e, possivelmente, um dos melhores artistas da bola que já pisaram o planeta. Mesmo que no seu próprio país ainda exista almas iluminadas que digam o contrário em defesa de outros de outras bandas.

Crime será não ter Cristiano Ronaldo no Mundial de Futebol no Brasil no próximo ano, por causa de uma selecção fraca, triste e desequilibrada. 


sexta-feira, fevereiro 01, 2013

Porque no te callas?




Depois de no passado mês de outubro ter dito que o País «podia aguentar mais austeridade», o presidente do BPI, Fernando Ulrich, continua em grande. Ontem voltou a ter uma declaração, no mínimo, polémica, ao afirmar «Se os sem-abrigo aguentam porque é que nós não aguentamos?».

Mas para não me acusarem de colocar frases fora de contexto, nada como reproduzir a globalidade das declarações de Fernando Ulrich.

Quando os jornalistas lhe voltaram a questionar as afirmações que fez em Outubro do ano passado, particularmente a famosa «Se o país aguenta mais austeridade? Ai aguenta, aguenta!», que muitas críticas públicas lhe valeu, Ulrich tentou explicar o que pretendeu dizer com aquela observação. Assim explicou que: «Se os gregos aguentam uma queda do Produto Interno Bruto de 25 por cento, os portugueses não aguentariam porquê? Somos todos iguais, ou não?». Concretizando: «Se andar aí na rua e infelizmente encontramos pessoas que são sem-abrigo, isso não lhe pode acontecer a si ou a mim, porquê? Isso também nos pode acontecer». E depois acrescentou: «Se as pessoas que vemos ali na rua, naquela situação a sofrer tanto aguentam, porque é que nós não aguentamos?» 

Eu até considero-me uma pessoa sensata e muito pouco dada a este tipo de comentários sobre aquilo que os outros disseram. E, no que concerne ao presidente do BPI, até nem relevei aquilo que ele disse no ano passado. Saiu-lhe mal. Acontece a todos. Mas voltar a cair no mesmo é já um pouco absurdo.

Uma pessoa que ocupa a posição que Fernando Ulrich ocupa não se pode dar a estas coisas. Para já, insiste em utilizar o "nós". Quando pergunta se somos todos iguais, a resposta é não! Infelizmente não somos. Basta dizer que o Sr. Ulrich não está preocupado com o final do mês ou se terá comer para por à mesa da sua família. Bastará dizer que o tratamento que recebe não é igual ao tratamento que recebe o Sr. Manuel que não é presidente de um banco. E os seus "sacrifícios" contam-se entre mais um Porshe, ou menos um Mercedes. E, francamente, que nos compare aos Gregos ainda vá lá... mas aos sem abrigo?!..

E não deixa de ser irónico que estas declarações sejam produzidas durante a conferência de imprensa de apresentação de resultados do BPI. Que, porventura, apresentou um lucro de cerca de 290 milhões de euros. O melhor resultado do banco nos últimos cinco anos. Mas esquece-se que o Governo em 2012 injectou no seu banco cerca de 1,5 mil milhões de euros de dinheiro dos contribuintes portugueses, para que aquela instituição conseguisse ultrapassar os ultrapassar os requisitos de capital exigidos pela autoridade bancária europeia.

Há momentos em que uma pessoa só ganha se estiver calado. Ulrich perdeu uma boa oportunidade.


Salas que fecham!




A Socorama Castello-Lopes encerrou 49 das 106 salas de cinema que detém em Portugal. Esta decisão de encerramento afeta oito complexos de cinema localizados em centros comerciais do grupo Sonae Sierra em Viana do Castelo, São João da Madeira, Covilhã, Leiria, Loures, Seixal, Guia e Ponta Delgada. Recorde-se que já no início deste ano, a Socorama encerrou as 7 salas de cinema que tinha no Madeira Shopping. A razão avançada foi a crescente dívida da Socorama para com a Sonae Sierra.

A Socorama Castello Lopes detém 106 salas de cinema e em 2012 registou 12,6 milhões de euros de receita bruta de bilheteira. Apesar de ser a segunda maior exibidora, atrás da Zon Lusomundo Cinemas, a Castello-Lopes registou uma quebra de 1,7 milhões de euros em relação a 2011. Quanto ao número de espetadores, de acordo com dados do Instituto do Cinema e Audiovisual de 2012, a empresa registou também quebras - por retração do consumo dos portugueses - de cerca de 375 mil bilhetes vendidos. Em 2011, já tinha sido dado um alerta sobre as condições laborais da empresa, quando os trabalhadores anunciaram a realização de uma greve pelo pagamento em atraso do subsídio do natal. Na altura, a greve envolveu projecionistas, funcionários de bilheteira e gerentes de sala da exibidora. Agora, de uma só vez, a empresa dispensa 75 trabalhadores, distribuidos pelas salas que encerram.

Não vou por em causa as razões da decisão do encerramento de salas de cinema pela Socorama. Desconheço as contas em pormenor e as razões primordiais para esta decisão. Mas lamento que com o encerramento das 49 salas da Castello-Lopes, há 2 distritos (Viana do Castelo e Açores) e cinco cidades que ficam sem acesso a cinema. O próprio Funchal, com os seus 190 mil habitantes, fica com apenas as seis salas da Lusomundo. Pode ser um sinal dos tempos. Mas é, acima de tudo, um rude golpe para a cultura em Portugal. E é igualmente uma machadada valente para quem anda a combater a pirataria na internet. E para quem gosta de ir ao cinema como eu gosto, é um triste dia.