quarta-feira, janeiro 27, 2010

Coincidências tramadas

 


Uma noticia chamou-me hoje à atenção. Trata-se da auto-estrada 16, um investimento de 127,5 milhões de euros, que liga Cascais a Sintra, que a partir desta terça-feira vai ser alvo de obras de correcção do pavimento, apenas quatro meses depois de ter sido inaugurada.


Isto ter-me-ia passado ao lado não fossem três pormenores interessantes: esta obra faz parte do projecto da nova concessão da Grande Lisboa adjudicada pelo actual governo socialista de José Sócrates. O projecto foi adjudicado à construtora Mota Engil, onde o ex-Ministro de Estado e do Equipamento Social e Obras Públicas do governo de Guterres, Jorge Coelho (e confesso amigo íntimo do primeiro ministro) é presidente executivo. Por sua vez, a concessão da via foi entregue à empresa Ascendi, pertencente ao grupo Mota Engil, liderada por Luís Parreirão, antigo secretário de Estado de Jorge Coelho.


Já agora, e só a título de curiosidade, Coelho e Parreirão foram recentemente constituídos arguidos na investigação à transferência de verbas para o Centro Nacional de Exposições e Mercados Agrícolas (CNEMA), em Santarém.


Entretanto, a via fechou mesmo para obras. Há coincidências chatas, não há?

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